terça-feira, 7 de outubro de 2008

O homem que tem humildade, visão e não tem medo de arriscar.


Aos 33 anos Cassius foi gerente do McDonald’s, hoje é dono de um famoso boteco e quer abrir mais dois restaurantes na orla do rio da sua cidade natal.

Disciplina, foco, concentração, flexibilidade, e antes de tudo, considerar mais o serviço ao preço, foi o que Cassius Marcelus Luiz Conte aprendeu durante os 10 anos que trabalhou no McDonald’s. Seu nome era para ser Cassius Marcelus Clay Luiz Conte, igual ao boxeador, mas sua mãe argumentou com seu pai “tira o Clay porque quando esse moleque tiver um pouco mais velho, esse Clay vai virar um gay”, então resolveram tirar para as outras crianças não tirarem sarro dele. Nasceu em Presidente Epitácio - divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul - onde seus pais e sua irmã moram até hoje; mas já morou no Rio de Janeiro, com os pais; em Presidente Prudente, onde fez dois anos de direito; Bauru, Araçatuba, nessas duas cidades trabalhou pelo McDonald’s; e hoje reside em Santos, onde tem um bar, restaurante, boteco – o que preferir – chamado Perto da Praia. Com um estilo havaiano e descontraído, igual ao dono, o Perto da Praia serve, em média, 150 refeições diariamente na hora do almoço, e nas noites do fim de semana atende à galera jovem santista. Também chamado de “paraíba” ou “baianinho”, Cassius tem esses apelidos, “paraíba pela minha autenticidade”, pois quando chegou em Santos seus colegas do McDonald’s chamavam ele de paraibano, baiano só porque gostava de música sertaneja, Bruno e Marrone e Zeca Baleiro, que na época não faziam sucesso, “Zeca Baleiro é legal pra caramba!” dizia, mas não paravam de tirar sarro dele, até que um dia, na frente de todos, perguntou ao Nivaldo, dono do McDonald’s se ele conhecia Zeca Baleiro, e a reação de Nivaldo foi tirar um CD do artista do mochila, Paraíba não se agüentou de felicidade, perguntou para os colegas quem era o baiano, o paraíba, que gostava de música ruim, mas seus colegas não falaram nada depois que o alemão, Nivaldo, disse para os funcionário que eles precisavam se “aculturar um pouco mais”, Pará – de paraíba – conta que foi uma das noites que ele dormiu mais feliz.
“Minha mãe não consegue lembrar o último dinheiro que ela me deu”, relembra da infância que acabou cedo, pois com doze anos já trabalhava em um fábrica de cintos. Quando era criança queria ser o Sílvio Santos, “eu sempre tive um foco pra essa veia”, referindo-se ao bom relacionamento que tem com as pessoas, com o público. Viaja bastante para terra natal, e tem planos para lá, quer abrir dois restaurantes em Presidente Epitácio, chamados “Orlinha, porque é na orla do rio”.
Enquanto era entrevistado, Paraíba não tirava atenção do negócio, “vê se o freezer da Itaipava ta ligado, Marcão!”. Descontraído, irreverente, que só conhecendo para entender, “sempre fui porra-loca”. Arrisca no futuro, os outros podem até chamá-lo de louco ou visionário, “a linha da genialidade e da loucura é a mesma, se deu certo, você é gênio, se deu errado, louco”. Aos 33 anos trabalha no boteco de manhã e a tarde, de noite estuda, está no último ano no curso de Recursos Humanos, “no meu TCC... ele é sobre o seguinte... tô montando uma empresa de consultoria na área gastronômica, com ênfase em gestão de pessoas”. Em relação ao seu negócio: “Eu tô com 19 funcionários, um botequinho desse com 19 funcionários? Tá louco? É gente pra porra!”, mas investe em cada um deles, “ontem eu tive a Anvisa aqui” para dar um curso pros empregados, “legal o curso... um monte de coisa que a gente fazia errado, agora não faz mais”, diz Marcão, um dos funcionários. “Sabe o livro O corpo fala? De linguagem corporal? Eles estão lendo para atender melhor o cliente”, assim é que se “ganha a consciência do cara”, referindo-se aos funcionários. Diz também que em cinco meses quer incluir um plano de saúde para os funcionários.
No meio da entrevista, ao lembrar das Olimpíadas, aponta para Marcão: “Brasil e Estados Unidos, você ta aonde? Liga (a TV) aí, medalha de prata”. Sempre de bom humor, trata bem a todos, não importa a classe social, escolaridade, idade, nada, pra ele todos são iguais, ninguém deve ser tratado melhor que ninguém. Pará ainda tem muitos planos, quer reformar o Perto da Praia, montar dois novos botecos, casar, ter filhos, mas ainda “to trabalhando pra isso... eu não quero ter um filho, eu quero ser pai, essa é a diferença... o dia que eu me tornar pai, eu vou puxar o freio e vou ser pai”, para ser um pai presente. Paraíba ama o que faz, já ouviu muitas histórias de pessoas que passaram por ele; pra ele, “boteco é uma filosofia do mundo”.




Esse perfil fiz para um trabalho da faculdade, sei que tem muito a melhorar, mas aos poucos consigo...


Obrigada pela atenção dispensada...

5 comentários:

Anônimo disse...

Gosto dessas histórias de superação, de vencedores que vêm de baixo e coisa e tal. Muita gente pode até achar clichê, mas eu admiro a garra dessas pessoas. Nascer em berço de ouro é mole, difícil é conseguir algum sucesso na vida sem ter alguém para ajudar. Sucesso a todos esses personagens anônimos espalhados pelo nosso país.

Túlio disse...

Muito legal esse perfil. Só matéria de Santos, hein? qUE BELEZA

Ricardo Chapola (CHAPS) disse...

Muito legal seu perfil, Jú...
Eu não tinha lido ainda! Gostei bastante!

orgulho meu tbm! AHiuaHiuaH

bjao!

Anônimo disse...

Parabéns Juju!!!
Fiquei presa a leitura!!!
Gostei muito!!!

Anônimo disse...

FELIZ DO JOAO PEDRO QUE HOJE TEM UM PAI COMO VC!!!