quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cinema

É simples: a classe baixa não vai ao cinema. Ok, disso todo mundo sabe! Mas o que me espantou foi que segunda fui ver Ensaio sobre a Cegueira e paguei três reais, tudo bem que era meia, mas do mesmo jeito a inteira estava muito barata. E o que me assustou mais ainda foi que hoje fui ver A casa da mãe Joana e paguei dois reais, e não era meia, qualquer um pagava dois reais! Ou seja, a classe baixa pode ir ao cinema. E não era cinema podre não, os dois eram cinemark, o primeiro do Praiamar, em Santos, e o segundo do Litoral Plaza Shopping, em Praia Grande.

E ontem eu queria ver, mas não vi, um filme chamado Pantaleão e as visitadoras. Tem um livro, que quero ler, com esse nome, do Mario Vargas Llosa. Já li um livro dele chamado Travessuras da menina má, que gostei bastante, e todo mundo que conheço que leu também gostou. Então, esse filme, Pantaleão e as visitadoras, era de graça no Cineclub lanterna mágica, em Santos. Nunca soube da existência desse cinema, mas o maravilhoso Google me informou que ficava na Unisanta. Então, não fui porque liguei lá e ninguém atendeu e fiquei com medo de ir e não ter nada, e também, não sou do tipo de pessoa que gosta de ir ao cinema sozinha, nada contra quem tem esse hábito, de vez enquando até queria tê-lo.

Pois é... Cinema, qualquer um pode ver, o que falta é o hábito que a classe baixa não possui de se entreter culturalmente. Afinal tem filme até de graça! Tudo bem que deveria ser mais divulgado e tal, mas não podemos reclamar que não tem porque eu comprovei, três vezes, que com poucos reais qualquer um pode ver filmes bons!

É tudo questão de prioridade, há quem prefira gastar três reais numa cerveja do que ir ao cinema uma vez que seja! É apenas questão de costume, se não temos o costume, é difícil adquirí-lo!

Obrigada pela atenção dispensada...








Participação especial: Carol Guasti, que me informou o preço de uma cerveja! Não é a toa que o apelido dela é Guasti baladas!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O homem que tem humildade, visão e não tem medo de arriscar.


Aos 33 anos Cassius foi gerente do McDonald’s, hoje é dono de um famoso boteco e quer abrir mais dois restaurantes na orla do rio da sua cidade natal.

Disciplina, foco, concentração, flexibilidade, e antes de tudo, considerar mais o serviço ao preço, foi o que Cassius Marcelus Luiz Conte aprendeu durante os 10 anos que trabalhou no McDonald’s. Seu nome era para ser Cassius Marcelus Clay Luiz Conte, igual ao boxeador, mas sua mãe argumentou com seu pai “tira o Clay porque quando esse moleque tiver um pouco mais velho, esse Clay vai virar um gay”, então resolveram tirar para as outras crianças não tirarem sarro dele. Nasceu em Presidente Epitácio - divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul - onde seus pais e sua irmã moram até hoje; mas já morou no Rio de Janeiro, com os pais; em Presidente Prudente, onde fez dois anos de direito; Bauru, Araçatuba, nessas duas cidades trabalhou pelo McDonald’s; e hoje reside em Santos, onde tem um bar, restaurante, boteco – o que preferir – chamado Perto da Praia. Com um estilo havaiano e descontraído, igual ao dono, o Perto da Praia serve, em média, 150 refeições diariamente na hora do almoço, e nas noites do fim de semana atende à galera jovem santista. Também chamado de “paraíba” ou “baianinho”, Cassius tem esses apelidos, “paraíba pela minha autenticidade”, pois quando chegou em Santos seus colegas do McDonald’s chamavam ele de paraibano, baiano só porque gostava de música sertaneja, Bruno e Marrone e Zeca Baleiro, que na época não faziam sucesso, “Zeca Baleiro é legal pra caramba!” dizia, mas não paravam de tirar sarro dele, até que um dia, na frente de todos, perguntou ao Nivaldo, dono do McDonald’s se ele conhecia Zeca Baleiro, e a reação de Nivaldo foi tirar um CD do artista do mochila, Paraíba não se agüentou de felicidade, perguntou para os colegas quem era o baiano, o paraíba, que gostava de música ruim, mas seus colegas não falaram nada depois que o alemão, Nivaldo, disse para os funcionário que eles precisavam se “aculturar um pouco mais”, Pará – de paraíba – conta que foi uma das noites que ele dormiu mais feliz.
“Minha mãe não consegue lembrar o último dinheiro que ela me deu”, relembra da infância que acabou cedo, pois com doze anos já trabalhava em um fábrica de cintos. Quando era criança queria ser o Sílvio Santos, “eu sempre tive um foco pra essa veia”, referindo-se ao bom relacionamento que tem com as pessoas, com o público. Viaja bastante para terra natal, e tem planos para lá, quer abrir dois restaurantes em Presidente Epitácio, chamados “Orlinha, porque é na orla do rio”.
Enquanto era entrevistado, Paraíba não tirava atenção do negócio, “vê se o freezer da Itaipava ta ligado, Marcão!”. Descontraído, irreverente, que só conhecendo para entender, “sempre fui porra-loca”. Arrisca no futuro, os outros podem até chamá-lo de louco ou visionário, “a linha da genialidade e da loucura é a mesma, se deu certo, você é gênio, se deu errado, louco”. Aos 33 anos trabalha no boteco de manhã e a tarde, de noite estuda, está no último ano no curso de Recursos Humanos, “no meu TCC... ele é sobre o seguinte... tô montando uma empresa de consultoria na área gastronômica, com ênfase em gestão de pessoas”. Em relação ao seu negócio: “Eu tô com 19 funcionários, um botequinho desse com 19 funcionários? Tá louco? É gente pra porra!”, mas investe em cada um deles, “ontem eu tive a Anvisa aqui” para dar um curso pros empregados, “legal o curso... um monte de coisa que a gente fazia errado, agora não faz mais”, diz Marcão, um dos funcionários. “Sabe o livro O corpo fala? De linguagem corporal? Eles estão lendo para atender melhor o cliente”, assim é que se “ganha a consciência do cara”, referindo-se aos funcionários. Diz também que em cinco meses quer incluir um plano de saúde para os funcionários.
No meio da entrevista, ao lembrar das Olimpíadas, aponta para Marcão: “Brasil e Estados Unidos, você ta aonde? Liga (a TV) aí, medalha de prata”. Sempre de bom humor, trata bem a todos, não importa a classe social, escolaridade, idade, nada, pra ele todos são iguais, ninguém deve ser tratado melhor que ninguém. Pará ainda tem muitos planos, quer reformar o Perto da Praia, montar dois novos botecos, casar, ter filhos, mas ainda “to trabalhando pra isso... eu não quero ter um filho, eu quero ser pai, essa é a diferença... o dia que eu me tornar pai, eu vou puxar o freio e vou ser pai”, para ser um pai presente. Paraíba ama o que faz, já ouviu muitas histórias de pessoas que passaram por ele; pra ele, “boteco é uma filosofia do mundo”.




Esse perfil fiz para um trabalho da faculdade, sei que tem muito a melhorar, mas aos poucos consigo...


Obrigada pela atenção dispensada...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Medo pra quê??

01/10/08 - 16:30h - Rua Hungria, 888
Eu e mais duas amigas esperando pra entrevistar, as 17h, o jurista Manuel Alceu Affonso Ferreira para uma matéria da faculdade sobre a Lei de Imprensa. Não sei qual das três tremia mais, afinal o tal entrevistado é apenas o dono da Manuel Alceu Affonso Ferreira Advogados, advogado do Pelé, Ana Paula Padrão e diversos famosos, membro-suplente do Conselho de Comunicação Social, e já fez um monte de coisas que você ficaria cansado só de ler, mas caso seja curioso, clica no nome dele aqui. Sem contar que já era a segunda vez que estávamos lá, porque na primeira chegamos uma hora atrasadas (simplismente porque fomos de ônibus, pegamos o ônibus errado e o cobrador falou pra descermos num lugar, que depois fomos descobrir, ficava a 3 km da tal Rua Hungria) e tivemos que marcar para outro dia!

Bom, o Doutor Ferreira foi super simpático, falou um monte de coisas legais, apresentou toda a família que estava nos muitos portas-retratos do "humilde" escritório dele, deu um dvd do programa que a mulher dele faz pra sei lá qual canal com um cara que é a favor de uma nova Lei de Imprensa, e também deu um cd de uma cantora chamada Cida Moreira que gravou várias músicas do Cartola! Pena que ele deu o cd pra minha amiga, só porque ela disse que era fã do Cartola, eu não sou fã, mas o cd que ele deu parecia fantástico!

Fiquei impressionada com a simplicidade do Doutor, contou várias histórias da vida dele, ficamos uma hora conversando-entrevistando, nos levou até o elevador, e está disposto a dar um palestra na faculdade sobre o direito no jornalismo!

Depois que fizer a matéria e meu professor corrigir, eu coloco ela aqui!


É... Pra você ver, esperávamos um senhor pomposo, carrancudo e arrogante e vimos um senhor que gostaria muito que fosse meu avó!


Obrigada pela atenção dispensada...